quinta-feira, 1 de março de 2012

Interatividade na Educação

O termo interatividade resume, de certa forma, tudo o que de diferente é atribuído às novas tecnologias da informação e da comunicação por diferentes autores em função das suas posições teóricas. A interatividade traduz, mais particularmente, uma qualidade técnica das chamadas máquinas ``inteligentes''; qualidade técnica que investe essas máquinas de um conjunto de propriedades específicas de natureza dinâmica, pois elas se alteram com a própria evolução técnica. No seu livro ``Cibercultura'', Pierre Lévy (1997)fala de diferentes tipos de interatividade que vão, respectivamente, da mensagem linear -- através de dispositivos que variam desde a imprensa, rádio, TV e cinema até as conferências eletrônicas -- até a mensagem participativa -- através de dispositivos que variam dos videogames com um só participante até a comunicação em mundos virtuais envolvendo negociações contínuas. Pode-se dizer então que a grande contribuição das novas tecnologias de informática e comunicação é que, ao mesmo tempo que elas rompem as barreiras espaço-temporais possibilitando a comunicação à distância e em tempo real de múltiplos sujeitos geograficamente dispersos, fornecem estruturas técnicas para a comunicação e o acesso à informação em rede. A comunicação deixa, definitivamente, de ser linear e de mão única, para tornar-se poliglota, polissêmica e policêntrica. Embora as novas tecnologias de informática não tenham surgido com preocupações educativas, o impacto econômico e social que elas vêm provocando acabou associando-as à educação por duas vias: pela revolução que a informatização da produção industrial provocou no mercado de trabalho, desencadeando novas qualidades e competências dos empregados, e, como consequência, pela importância que a educação passou a ter na nova sociedade da informatização. Isso abriu caminho ao grande debate a respeito das relações entre novas tecnologias e educação, debate que se depara, desde o seu início, com posturas divergentes em relação ao papel dessas tecnologias no campo da educação. Uma coisa parece ficar cada vez mais claro: a tecnologia em si não basta, assim como a educação já não pode ser pensada sem levar em conta o impacto tecnológico. O processo educacional, presencial ou mediado por essas novas tecnologias, passa a adquirir dimensões que, se não são totalmente novas podem agora ser profundamente inovadoras. As relações educativas tornam-se pluridirecionadas e dinâmicas, possibilitando a todos os interessados interagir no próprio processo, rompendo com velhos modelos pedagógicos que só conhecem a comunicação unilateral que privilegia o emissor, ou seja, o professor onisciente e onipotente desconsiderando as peculiaridades do receptor, ou seja, do aluno. O velho receptor deixa de ser aquele que deve apenas aceitar ou não a mensagem proposta pelo professor para tornar-se sujeito da própria educação numa comunidade educacional interativa. Fonte: http://www.dca.fee.unicamp.br/projects/sapiens/Reports/rf2000/node33.html Assista o vídeo com o professor de Sociologia Dr. Marco Silva.